COTIDIANO

Covas veta moto na pista expressa da marginal Pinheiros e cria limite de 30 km/h em áreas de SP

Medidas tentam minimizar o alto número de mortes na cidade

Publicado às 9h15

Folha de SP

A gestão Bruno Covas (PSDB) irá restringir o acesso de motociclistas à pista expressa da marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, e criará áreas na cidade de São Paulo em que os carros deverão andar em velocidades mais baixas, de até 30 km/h.

As medidas estão no Plano de Segurança Viária 2019-2028 e tentam diminuir o alto número de mortos no trânsito na cidade de São Paulo.

O plano está sendo desenvolvido há mais de um ano, mas seu anúncio surge após a divulgação de dados do Infosiga, do governo do estado, de que em 2018 a cidade não conseguiu reduzir o número de mortes em relação a 2017.

A capital registrou 884 mortes no ano passado. A prefeitura ainda apresentará o seu levantamento próprio.

A meta da gestão João Doria/Bruno Covas (PSDB) é chegar a 2020 com o índice de 6 mortes do tipo a cada cem mil habitantes. Pelos dados do Infosiga, a taxa atual é de 7,26. Nova York tem taxa de 2,3. Com o novo plano, Covas mantém essa meta e projeta uma redução para 3 mortes a cada cem mil habitantes até 2028.

Pelas novas regras, motos não poderão acessar a pista expressa da marginal Pinheiros no sentido Castello Branco. A mudança deve ocorrer até maio. O veto já vigia nas pistas expressas da marginal Tietê. Na pista central da Tietê também é proibido o acesso de motos entre as 22h e as 5h.

O veto às motos na pista expressa da marginal Pinheiros no sentido Interlagos ainda não é possível, pois em alguns pontos dela não há divisão entre pista local e expressa. A CET estuda uma forma de criar uma espécie de pista local neste trajeto. A meta é que essa separação ocorra até 2020.

A ampliação da restrição às motos tenta frear o aumento do número de mortes nessa categoria nos últimos anos na cidade. Em média, morre um motociclista por dia em São Paulo. Nas marginais, eles são as principais vítimas.

O plano é o primeiro grande movimento de Bruno Covas para a segurança no trânsito. Seu antecessor, João Doria (PSDB), chegou a instituir programas como o Vias Seguras, que visam melhorar as condições de acesso e sinalização em vias violentas da cidade, como a M’Boi Mirim, na zona sul.

Por outro lado, Doria aumentou o limite de velocidade nas pistas das marginais, contrariando estudos e especialistas que diziam que a medida levaria risco à população. Após a alteração, as vias tiveram mais mortes.

Antes de Doria, as gestões de Gilberto Kassab (hoje no PSD) e, mais intensamente, Fernando Haddad (PT) haviam implantado programas de redução de velocidades em avenidas. Essas políticas ajudaram São Paulo a reduzir a taxa de mortos no trânsito.

ÁREAS CALMAS

Outra novidade do Plano de Segurança Viária é a criação de áreas calmas, regiões da cidade em que os veículos deverão ter velocidade mais baixa. Dentro desses perímetros, os motoristas não poderão trafegar a mais de 30 km/h.

A escolha dos locais foi feita após audiências públicas nas 32 subprefeituras e com o apoio da Iniciativa Bloomberg para a Segurança Global no Trânsito, da WRI e do Banco Mundial.

A redução da velocidade dos carros deverá se dar não só pela imposição de novos limites mas também com a redução da área destinada aos veículos em alguns pontos de ruas e avenidas, como algumas curvas e cruzamentos.

Nas áreas calmas, há ainda ampliação de calçadas, estreitamento de pista, reforço da sinalização e instalação de faixas de pedestres elevadas.

As primeiras regiões a receber áreas calmas serão São Miguel, na zona leste, Santana, na zona norte, Lapa, na zona oeste, e o centro da cidade.

Licitações deverão ser feitas para a intervenção nessas áreas. Cada um desses processos deve durar 120 dias, e a gestão Covas já admite que parte das mudanças fique para a próxima administração.

Entre os bairros, São Miguel e Santana são os que têm projetos de alterações de vias mais avançados; por isso, devem ser os primeiros a receber as novas medidas.

Em São Miguel, na área com previsão de alterações, é difícil encontrar um morador ou comerciante que não tenha visto um acidente de trânsito.

Segundo o técnico em refrigeração Ezequiel Moraes, 37, o muro ao lado do comércio da família está torto devido às constantes reconstruções após batidas de carros, caminhões e ônibus.

“O pessoal vem rápido demais. As vezes, não consegue fazer a curva e derruba o muro”, conta. Ele diz ainda que já perdeu a conta de quantas vítimas fatais do trânsito já viu na porta de seu comércio.

Perto dali, o balconista Nilson Ferreira, 32, relata já ter visto duas senhoras morrerem atropeladas por ônibus, numa movimentada rotatória do bairro, que não tem faixa.

“O pedestre não dá a volta para atravessar, passa pelo meio dos carros mesmo. Tem gente que atravessa aqui com carrinho de bebê.”

Ferreira acredita que eventuais mudanças da prefeitura no bairro podem deixar o trânsito local mais lento.

Para ele, as mudanças propostas não justificam tal efeito colateral, ainda que possam reduzir acidentes fatais no trânsito. “Para andar em São Paulo tem que estar esperto, senão, já era”, diz resignado.

Marcos Rogério, 54, tem opinião oposta. Como tantos outros no bairro, ele já viu diversos acidentes em frente à loja onde trabalha.

Ali, uma minúscula praça é a confluência de cinco movimentadas ruas. O forte comércio local atrai muitos pedestres que brigam por espaço nas estreitas calçadas.

Em novembro de 2017, Marcos Rogério acompanhou um dia em que a prefeitura fez testes na organização viária por ali, antecipando mudanças que viriam a ser implementadas pelo novo plano.

Várias vagas de estacionamento deram lugar a vasos de plantas e cones, limitando o acesso de veículos. O espaço virou área de passagem de pedestres. Os carros foram proibidos de contornarem a praça; todo o fluxo de veículos foi reorganizado.

“Acho que as lojas perdem um pouco de comodidade pro cliente que vem de carro. Mas o pedestre passa com mais calma em frente à vitrine. Sem falar que é bem mais seguro pro pedestre, e eu acho que isso é o mais importante”, opina.

Além das áreas calmas, a gestão Covas quer ainda levar o programa Vias Seguras, de Doria, às avenidas Belmira Marin, Estrada de Itapecerica, Teotônio Vilella, Raimundo Pereira Magalhães e Marechal Tito.

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