COTIDIANO

Apesar de tropeços, folia em SP exibe diversidade e conquista público

Após dias de festa na cidade, balanço mostra acertos e erros do Carnaval paulistano

Publicado às 9h20

Folha de SP

Após quatro dias de folia na capital paulista, quem foi às ruas curtir o Carnaval aprovou a festa, segundo uma pesquisa realizada pela prefeitura.

O novo planejamento da festa na cidade acertou ao mobilizar grande público e organizar um novo circuito de megablocos na avenida 23 de maio. Mas melhorias ainda são necessárias como afastar a folia de hospitais, melhorar a sinalização e tumultos após os desfiles.

Veja abaixo as modas, os acertos e os equívocos do Carnaval deste ano em São Paulo.

Corpo descoberto

Com o tema do empoderamento feminino em alta, mulheres em diversos blocos saíram com os peitos descobertos ou só com “tapa-mamilo”. O adereço foi adotado também por famosas como a atriz Cleo Pires. Ícone da liberdade de mostrar o corpo real, a cantora Anitta também foi inspiração para fantasias de homens e mulheres. Em diversos blocos, eles imitaram o biquíni de fita isolante usado pela artista no clipe de “Vai, Malandra”.

Mulher maravilha, tule e polêmica

Baratas e fáceis de usar, as saias de tule estão perto de desbancar o colar do Havaí como fantasia coringa do Carnaval. Também marcou presença em diversos blocos o figurino de Mulher Maravilha, em sintonia com o feminismo. Outros campeões de popularidade foram os adereços de plantas e frutas. O abacaxi era um dos mais presentes: virou  roupa, copo e chapéu. Quem apelou a esses “hits” conseguiu fugir da maior polêmica da festa neste ano: a das fantasias de índio. De um lado, houve quem visse racismo e apropriação cultural nas penas e cocares. De outro, quem defendeu o sentido lúdico do Carnaval e viu censura na discussão.

Ambulantes gourmet

Espetinho, churrasco grego e outros ícones da comida de rua seguem firmes, mas agora dividem espaço com chope artesanal, gim com gengibre e sorvete natural, entre outros

DEU CERTO

Público e animação

O público numeroso e animado mostrou que o Carnaval de rua paulistano se consolida e atrai gente que antes não pensava em pular a folia na cidade.  Pesquisa com os foliões feita pela SPTuris mostra que 35,3% dos entrevistados vieram à folia pela primeira vez e 7% viajaram de outras cidades.

Houve diversidade de público —crianças, adultos e idosos— e de ritmos —do samba até o sertanejo, passando por funk e axé dos anos 90. “Não paro de encontrar gente da minha cidade”, disse Isadora Bueno, 23, no último domingo durante os desfiles na av. 23 de Maio. Ela saiu de Rio Claro (SP), a 173 km da capital, para curtir a folia. A pesquisa de opinião mostra que, para 68,9% dos foliões, a organização deste ano melhorou.

Banheiros

No primeiro Carnaval de rua com a “lei do xixi”, que prevê multa de R$ 500 a quem urinar na rua, foi contratada a instalação de 21 mil banheiros químicos para a festa, quase 50% a mais do que no ano passado. Ainda assim, houve foliões que reclamaram da distância das cabine e muitos que se queixaram de mau cheiro

Tumulto na Vila Madalena

O controle de acesso na Vila Madalena diminuiu as reclamações de moradores. Em anos anteriores, eles se queixavam do barulho à noite e da sujeira de manhã. Desta vez, por outro lado, a exigência de comprovante de residência para entrar em parte do bairro gerou queixas sobre restrição a direitos individuais, e comerciantes ressentiram-se do movimento menor. Para Cássio Calazans, da associação de moradores, ainda dá para melhorar a fiscalização do comércio ambulante.

DEU ERRADO

Barulho na UTI

O som dos trios que passaram pela av. 23 de Maio invadiu até UTI pediátrica de hospital —a região tem ao menos seis centros médicos de grande porte. No Beneficência Portuguesa, uma mãe relatou que o som fez a janela tremer. Também houve relato de motorista de ambulância com dificuldade para circular. Após reportagem sobre o caso, a organização pediu ao bloco nesta terça que não estacionasse diante da Beneficência. Já o prefeito João Doria (PSDB) afirmou que a folia perto de hospitais “faz parte da novidade”.

Sinalização

Informação e sinalização desagradaram 49,2% dos foliões entrevistados na pesquisa da SPTuris sobre o Carnaval. A queixa foi ouvida na av. 23 de Maio, principal aposta da gestão Doria para este Carnaval, onde não havia placa de indicação nem para as saídas nem para os banheiros. Foliões também relataram incômodo com as grades e barreiras de concreto na avenida. Para encontrar um amigo do outro lado, era preciso pulá-las.

Barulho pós-blocos

Moradores reclamam que o largo da Batata, em Pinheiros (zona oeste), lotou e teve som alto mesmo em dias e horários sem grandes blocos. O barulho vinha de caixas de som de frequentadores e ambulantes. Outro foco de discórdia em edições anteriores da festa, a praça Roosevelt, no centro, também foi o destino de foliões após a passagem dos blocos. Presidente do Conselho de Segurança da Consolação, Maria Porta disse que houve pancadão até as 5h. “Se não tem bloco, não vem fiscalização, e as pessoas se instalam. Ninguém dorme.”

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