COTIDIANO

Pressionada, Prefeitura suspende parcialmente PPP alvo de investigação

Tribunal de Contas do Município e Ministério Público Estadual recomendaram rescisão de contrato de R$ 6,9 bilhões; gestão João Doria (PSDB) determinou que consórcio vencedor da licitação sob suspeita faça apenas manutenção dos postes de luz

Publicado às 14h

Agência Estado

Pressionada pelos órgãos de fiscalização de São Paulo, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) decidiu ontem suspender parcialmente os serviços previstos no contrato da Parceria Público-Privada (PPP) da Iluminação, alvo de investigação por suspeita de corrupção. A Prefeitura determinou que o consórcio FM Rodrigues/Consladel faça apenas a manutenção dos postes de luz da capital e não execute as trocas de lâmpadas antigas por LED, principal objeto do negócio de R$ 6,9 bilhões. Segundo a administração, a decisão tem o objetivo de evitar o “colapso do sistema de iluminação”.

Tanto o Ministério Público Estadual (MPE) quanto o Tribunal de Contas do Município (TCM) recomendaram nesta semana que a Prefeitura rescinda o contrato com o consórcio, acusado de ter sido favorecido na licitação pela ex-diretora do Departamento de Iluminação Pública (Ilume) Denise Abreu. Nomeada por Doria no início da gestão, ela foi demitida pelo prefeito na semana passada após a divulgação de um áudio que sugere que ela recebia propina da FM Rodrigues para beneficiá-la na concorrência. Denise nega a acusação.

Quatro promotores do Patrimônio Público e Social pediram ao prefeito anteontem a suspensão do contrato no prazo de cinco dias e a anulação da PPP em até 90 dias.

Já o presidente do TCM, João Antonio, indeferiu ontem pedido feito pelo consórcio Walks, que foi desclassificado da disputa, para suspender o contrato, alegando que o órgão não tem essa competência. Mas ele pediu à Prefeitura que “pondere a anulação do contrato” após a apuração dos fatos e prepare uma nova licitação. João Antonio é ex-vereador e ex-deputado estadual pelo PT.

Em nota, a gestão Doria disse que vai esperar a conclusão das investigações da Controladoria-Geral do Município (CGM) para tomar uma decisão final sobre a manutenção ou não da PPP. “Não vamos suspender (o contrato), mas vamos investigar sem propor nenhuma interrupção, exceto se as investigações indicarem que houve algum tipo de favorecimento.”

Propina

O contrato com a FM Rodrigues, que prevê a troca de 535,7 mil lâmpadas tradicionais por LED, foi assinado por Doria no dia 8. Cinco dias depois, uma ex-secretária de Denise Abreu, Cristina Maria Chaud de Carvalho afirmou em depoimento ao MPE que recebeu por oito meses das mãos da ex-diretora um complemento salarial de R$ 3 mil que seria parte da propina recebida da empresa. Àquela altura, a FM Rodrigues prestava o serviço de manutenção da iluminação da cidade por meio de contrato emergencial.

Cristina também entregou aos promotores mais de 20 horas de gravações que fez com Denise e outros funcionários do Ilume. O Estado teve acesso ao depoimento e às gravações, reveladas pela rádio CBN na semana passada. Os áudios mostram Denise dizendo, em dezembro, que os pagamentos mensais à ex-secretária iam acabar porque a FM Rodrigues ia perder o contrato da Prefeitura.

As gravações indicam ainda que Denise tinha influência sobre os funcionários do Ilume que integravam a comissão de licitação da PPP. Em um dos áudios, a assessora jurídica Ana Claudia Camargo Kim diz a Cristina que 10% do valor do contrato de R$ 6,9 bilhões seria para o pagamento de propina.

Ontem, seis funcionários do Ilume citados nos áudios, sendo três diretores, pediram demissão “em caráter irrevogável”, segundo a Prefeitura. Um advogado também moveu ação popular na Justiça pedindo a suspensão da PPP. Pedido semelhante feito pelo consórcio Walks foi indeferido na semana passada. Em nota, Denise afirmou que “todas as acusações são infundadas” e que “não teve a participação” na licitação. A FM Rodrigues disse não ter cometido “nenhum ato irregular” na concorrência.

Áudio sugere ‘farsa’ de ex-diretora sobre acidente

Uma das gravações feitas pela ex-funcionária do Ilume sugere que a ex-diretora do departamento Denise Abreu tentou criar uma “farsa” para evitar a responsabilização do órgão pela morte de Júlio Lima Santos, de 21 anos, após ele encostar em poste semafórico na esquina das Ruas Silva Bueno e Lima e Silva, no bairro do Ipiranga, zona sul da capital. A tragédia aconteceu em novembro do ano passado.

O caso foi revelado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. O Estado também teve acesso ao áudio em que Denise tenta omitir que o poste estava há pelo menos 30 anos sem manutenção e tinha fio desencapado, conforme um funcionário do Ilume havia constatado. “Isso é uma farsa”, diz a um assessor, chamado por ela de “burro”. Em nota, a Prefeitura disse que a Polícia Civil está apurando o caso. O Estado não localizou Denise ontem.

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