COTIDIANO

Secretário de Doria quer Carnaval de SP com maior patrocínio do país

Claudio Carvalho quer dobrar receita da festa em 2019 e planeja flexibilizar lei Cidade Limpa

Publicado às 9h20

Folha de SP

Ainda com resquício de purpurina nos cílios do olho direito, o secretário de Prefeituras Regionais de São Paulo, Claudio Carvalho, contabilizava, na segunda-feira (19), a maratona carnavalesca.

“Estou há 19 dias sem dormir direito. Ontem [domingo] passei nove horas em cima do trio elétrico da Daniela Mercury”, disse o responsável pela pasta que organizou o Carnaval de rua em São Paulo neste ano. Até então, a festa ficava sob a batuta da secretaria de Cultura.

Diante de um evento cada vez maior, o secretário da gestão João Doria(PSDB) disse que irá planejar com maior antecedência detalhes importantes, como o lançamento do edital de chamamento público para escolher a empresa organizadora do Carnaval. Neste ano, os envelopes foram abertos a dois meses do feriado e apenas uma empresa foi considerada apta.

O modelo de negócio, segundo Carvalho, deve se manter o mesmo. A terceirizada escolhida irá ficar responsável por arrecadar o patrocínio e viabilizar os serviços pedidos pela administração. Neste ano, o patrocínio pago por uma gigante do ramo de cerveja foi de R$ 16 milhões.

“É o maior Carnaval do Brasil, então esperamos o maior patrocínio”, diz sobre a expectativa de dobrar o orçamento.

A multidão de foliões que seguiu pelas ruas da cidade atrás de 433 blocos, e a consequente atenção de anunciantes, inspirou o secretário a cogitar a flexibilização da lei Cidade Limpa. A ideia é pedir às comissões reguladoras permissão para os blocos destinarem maior espaço às marcas patrocinadoras nos trios elétricos. “Não machuca a cidade. Passa e vai embora.”

O secretário, porém, se limitou a dar respostas alinhadas ao discurso oficial quando perguntado sobre o estudante que foi eletrocutado ao encostar em um poste onde tinham sido instaladas câmeras de segurança no pré-Carnaval. “Vamos aguardar os laudos”, disse.

 

Folha – Ao dar ênfase à divulgação de números recordes de público no Carnaval a prefeitura busca atrair mais patrocínio para o próximo ano? 

Claudio Carvalho – Sim. Quando se faz um evento dessa magnitude e de sucesso, a responsabilidade aumenta muito. O Carnaval é o maior evento cultural do país, é importante para a democracia porque são as ruas abertas. Respeitamos quem quis descansar, informamos os bloqueios, as vias interditadas.

Qual o balanço do Carnaval na avenida 23 de Maio?

Deu muito certo. O mais importante foi termos dialogado com os blocos. Entender a necessidade e valorizá-los. Foi um Carnaval feito pelos paulistanos. Criamos um modelo junto com os dirigentes de blocos.

E a reclamação de barulho nos hospitais?

Na quinta-feira pós-Carnaval, tivemos uma reunião e orientamos os blocos a fazerem algo diferente quando passassem em frente à Beneficência Portuguesa [para reduzir o incômodo]. Deixamos a critério deles. A Claudia Leitte desligou o som e pediu uma oração para os pacientes. Foi tocante. Muita gente chorou.

O que precisa ser melhorado?

Precisamos nos antecipar. Como o evento é muito grande, precisamos de uma organização maior antes.

O calendário oficial vai ser ampliado?

Não há necessidade. Senão vira Carnaval o ano inteiro. Os três finais de semana funcionam bem. Os organizadores se preparam dessa forma.

Há previsão de quando será lançado o edital de chamamento público para a organização do próximo Carnaval?

A ideia é que saia em outubro. Já vamos começar um grupo organizacional agora em março e começar o diálogo com os grandes blocos. A comissão será intersecretarial, com participação da Cultura, Segurança Urbana, CET. Vamos montar um calendário.

Como vai ser estruturado o quantitativo de serviços já que um relatório do TCM apontou falta de estudo prévio para definir as exigências neste ano?

Não faltou estudo. A prova é que não teve nenhuma reclamação de falta de ambulância, banheiro e segurança.

O modelo de concessão será o mesmo?

Esse modelo funcionou bem, mas precisa ser aperfeiçoado. Meu modelo de tocar [a organização] é como um executivo de empresa. O prefeito me dá autonomia. O modelo de quantitativo funcionou, mas a dimensão ainda será avaliada [para 2019].

Qual a previsão de aumento de patrocínio para 2019?

É o maior Carnaval do Brasil, então tem que ter o maior patrocínio. Vamos no mínimo dobrar, tem muitas empresas interessadas. Funcionou o credenciamento dos ambulantes. Você só via os guarda-sóis da marca patrocinadora.

Quanto foi arrecadado com a ‘lei do xixi’ [decreto que multa em R$ 500 quem for pego urinando na rua]?

Foram 648 multas aplicadas, que resultou em R$ 324 mil para os cofres municipais.

Ajudou a aliviar o orçamento apertado da prefeitura?

Não é que a prefeitura esteja sem dinheiro. Nós adequamos o orçamento. Não é preciso colocar dinheiro público no Carnaval. Acho que podia flexibilizar mais um pouco a publicidade no Carnaval. Imagina os trios elétricos com painéis de led [exibindo as marcas patrocinadoras]? Não machuca a cidade. Passa e vai embora. Acho quetemos que trabalhar nisso, respeitar a lei Cidade Limpa, mas não podemos ficar engessado. São ideias que vamos discutir com os blocos e submetê-las às comissões que autorizam.

Há novo andamento no processo do rapaz eletrocutado no pré-Carnaval?

Estamos aguardando o laudo pericial [sobre a causa da descarga elétrica]. Sou pai de família, foi uma tragédia, lamentamos muito. O inquérito policial está em sigilo.

A prefeitura não é parte do processo?

Nós fomos ouvidos [na delegacia]. O resultado da perícia não saiu ainda. Vamos esperar. Foi uma fatalidade.

A prefeitura teve acesso ao contrato da Dream Factory com a GWASystems [que instalou as câmeras]?

Sim e juntamos no inquérito. Tem contrato e seguro que cobre responsabilidade civil e criminal.

Como a responsabilidade da prefeitura pela morte está sendo tratada no inquérito?

Vamos falar de Carnaval?

Teve muita reclamação de moradores?

Recebi duas ligações de moradores que ameaçaram me denunciar ao Ministério Público se não parasse o desfile de um bloco. Não negocio com chantagistas e não negocio meus princípios. Não vou parar um milhão de pessoas por causa de duas que estão incomodadas. Disse que às 21 horas o trio ia desligar e foi o que aconteceu. Tudo que combinamos com os blocos foi cumprido à risca.

 

RAIO X

Idade

48 anos

Formação

Direito pela Universidade Mackenzie

Cargo

Secretário de Prefeituras Regionais de São Paulo

Trajetória

Ex-vice-presidente da construtora Cyrela, onde atuou por 12 anos. Foi também secretário municipal de Investimento Social na gestão João Doria (PSDB)

 

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