Publicado às 10h35
Por Priscila Perez
Apesar das promessas, o Governo de São Paulo ainda não aumentou o salário de seus policiais. Durante a campanha, João Doria direcionou seus esforços para a segurança pública, porém, agora como governador, a história parecer ser outra. Não à toa, segundo o levantamento do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia de SP), São Paulo – um dos Estados mais ricos da federação – paga o segundo pior salário do país para seus delegados de polícia.
Por aqui, um profissional em início de carreira ganha R$ 9.888,37, valor acima do que é pago em Pernambuco – R$ 9.069,81. Contudo, nos demais estados, São Paulo perde de lavada. Já Mato Grosso tem uma remuneração de R$ 24.451,11 – a maior do país. A lanterninha também pertence a São Paulo no ranking de salários de escrivães e investigadores de polícias.
Em setembro, o Sindpesp entregou à gestão Doria um relatório sobre as condições de trabalho da categoria, que ainda enfrenta sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções, sucateamento de viaturas e armamentos, além de problemas de infraestrutura nas delegacias.
“Não temos condições para fazer o trabalho que a população de São Paulo merece, que é um trabalho de excelência”, afirma Raquel Kobashi Gallinati, presidente do sindicato.
A defasagem dos salários em relação à inflação também é enorme: entre 2013 e 2018, a remuneração subiu somente 11,2%, enquanto a inflação chegou a 36%.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a atual gestão montou um grupo de trabalho para discutir a recomposição salarial dos agentes de segurança pública. “Este trabalho deverá ser concluído até o fim deste mês, quando os resultados serão apresentados.” A pasta reforça ainda que “trabalha para reforçar o policiamento em todo o estado e valorizar as carreiras policiais”.
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