Publicado em 20/01, às 11h40
O Portal dos Bandeirantes, condomínio de 27 torres localizado na zona noroeste da capital, virou notícia no último sábado, 20 de janeiro, por conta de uma tumultuada eleição de síndico, que resultou em violência e corre-corre. Envolta em suspeitas de fraude, a assembleia virou palco de enfrentamento entre moradores, seguranças e conselheiros. Alguns tentavam rasgar os documentos, enquanto outros buscavam escondê-los debaixo da camisa ou simplesmente conter a briga.
Quatro candidatos disputavam o pleito, entre eles Luís Junqueira, que está há oito anos na função. Vídeos de moradores circulam na internet mostrando como foi a confusão.
A reunião, que contou com a participação de cerca de 600 pessoas, virou palco de briga entre os moradores, que se manifestaram contra a atitude do atual síndico. Segundo testemunhas, ele apresentou 500 procurações, sendo muitas delas “inconsistentes”. “Daí ele simplesmente cancelou a assembleia”, conta um morador. O tumulto veio em seguida, quando algumas pessoas tentaram sair com os documentos e outras foram impedi-las. Seguranças e até conselheiros se envolveram na briga. Nas redes sociais, há relatos de que seguranças chegaram a agredir os moradores durante a confusão generalizada. “Eu fui agredido e fui lesionado pelos funcionários do condomínio, por ordem dos síndicos. Fiquei três horas sem poder andar e só agora consigo ir agora na delegacia prestar queixa”, conta o morador Hélio Ricardo.
Além da eleição, constavam na pauta outros três itens fundamentais à gestão do Portal dos Bandeirantes: prestação de contas de 2019, previsão orçamentária de 2020 e escolha do conselho consultivo. Segundo o atual síndico, a assembleia foi suspensa para “preservar a segurança de todos os participantes”.
Cerca de 12 mil pessoas moram no Portal dos Bandeirantes.
Transparência
No Facebook, membros da Associação de Moradores se mostram apreensivos com a eleição, questionando se houve fraude. Muitos reclamam de falta de transparência e possível corrupção, tendo em vista as 500 procurações apresentadas durante a assembleia do último sábado. Em outra publicação, de novembro de 2019, foi citada em processo encaminhado à justiça “a utilização da máquina do condomínio para fins pessoais”. Na decisão (processo nº 1011455-21.2019.8.26.0020), a Justiça determinou que “funcionários do Condomínio devem se abster de abordar e entregar a moradores o modelo de procuração para a assembleia de 2020, sob pena de multa”, diz o post.
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