COTIDIANO

Entrevista: Sandra Santana aposta na sustentabilidade e na valorização do comércio local

Publicada em 15/12/2020 às 11h10

Reportagem de Cristina Braga

Disposição é o que não falta para a recém-eleita vereadora Sandra Santana, de 53 anos. Experiência na gestão pública também não. Formada em Direito, largou a iniciativa privada e ingressou na Assembleia Legislativa onde atuou ao lado do deputado estadual Celino Cardoso (PSDB), por mais de 20 anos. Com passagens pelo Executivo na Secretaria da Casa Civil, na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e também à frente de duas subprefeituras da zona noroeste, Sandra representa a conquista das mulheres numa bancada predominante masculina a tomar posse em 2021, na Câmara Municipal de São Paulo. Nesta entrevista, a vereadora fala sobre os projetos realizados e suas expectativas para Pirituba/Jaraguá. Aberta a ouvir a comunidade, salienta que “Tolo é o parlamentar que acha que sabe de tudo, quem sabe é a população, que vive o dia a dia“, entrega com ênfase.

Conte como foi sua experiência ao lado do deputado Celino Cardoso (PSDB) durante mais de 20 anos na política?
R: Conheci o Celino em 1994, entregando ‘santinho’, mas sempre fui atenta a tudo, aprendo muito rápido. Quando eu fui trabalhar com ele tinha acabado de sair de uma gerência financeira de uma metalúrgica. O país atravessava uma das piores crises econômicas e o Celino me chamou para trabalhar na campanha dele. Aprendi desde o que era ‘ santinho’, a cuidar da população. Quanto mais a gente ouve, menos a gente erra. Tolo é o parlamentar que acha que sabe de tudo, quem sabe é a população que vive o dia a dia, com suas dificuldades. Desde então, assumi várias funções políticas e partidárias chegando ao cargo de Secretária Geral do Diretório Municipal de São Paulo, quando tivemos uma grande reforma no partido (PSDB). Conseguimos reorganizar nossos diretórios, além de outras experiências no executivo- quando o José Serra se elegeu governador-, já tinha sido coordenadora da campanha dele na região norte e recebi tarefa de trabalhar na Secretaria Municipal de Esportes de um projeto incrível de recuperação de equipamentos esportivos na cidade inteira.

Qual foi seu maior desafio no comando da Subprefeitura de Perus/ Anhanguera entre 2007 e 2009?
R: Perus é origem da minha família materna e lá já trabalhava politicamente com Celino que já tinha ajudado o bairro principalmente no saneamento básico. Assumir a Sub no ano em que teve o 1º leilão do crédito de carbono e, investindo na sustentabilidade foi incrível, em quase dois anos recuperação áreas verdes. Hoje, o projeto em pratica é a reurbanização da favela do Bamburral que eu deixei pronta com recurso do crédito de carbono. Implantei o ‘Fale com a Subprefeita’ onde uma uma vez/ mês eu ia na Praça de Atendimento, às 8h da manhã e saia às 17h só ouvindo a população.

Voce teve uma considerável votação para deputada estadual, em 2018. Era essa sua expectativa?
R: Em 2018, quando o deputado Celino tomou a decisão de sair da política, fui candidata (Deputada Estadual) no lugar dele. Foram quase 44 mil votos, 30 mil na capital e um ano difícil, com a onda ‘Bolsonaro’. A nossa expectativa era de 65 mil votos e o partido tinha claro que iríamos eleger de 6 a 8 mulheres, e eu estou ali pelo mapa eleitoral daquele ano! Só não contávamos com o fenômeno Janaína Paschoal do PSL (que levou 2 milhões de votos).

Na subprefeitura da Freguesia do Ó/Brasilândia (20219/2020) se deparou com inúmeros pontos viciados de lixo e córregos entupidos, problema crônico que ocorre em Pirituba, como pretende resolver estas questões?
R: Gosto de desafios, aceitei o convite de Bruno Covas para ser Subprefeita e coloquei um piloto ainda em teste (dispositivo em rede encaixada na saída dos córregos para segurar o entulho com uma rede descartável); avisei o prefeito e toquei o projeto. Esse dispositivo, a princípio, é muito barato, estamos adaptando para a nossa realidade (de um projeto australiano). O que puder através da Câmara Municipal ajudar a fomentar, vou fazer. Com relação aos pontos viciados vou continuar agindo, colocar algum tipo de recurso para projeto de educação ambiental, pode contar comigo, embora tenha deixado um piloto em andamento com a equipe da LOGA e da Limpa SP no CEU Paz, onde o foco virou um trabalho de conscientização dentro da escola, na hora que colocamos no coraçãozinho da criança este hábito do recuperar, reciclar, teremos uma sociedade um pouco melhor. CEU Paz era um local extremamente crítico em relação ao lixo.

Você sonhava em ser vereadora? ( foi eleita com mais de 19 mil votos)
R: Não sonhava em ser vereadora. A minha vereadora é a Aline Cardoso, eu estava para ser subprefeita. Não conclui alguns projetos (porque sai para a campanha), mas o Serginho (Sergio Rodrigues Gonelli) conclui agora e o prefeito pode entregar. Mas trabalhei muito a questão da sustentabilidade, dos pontos viciados de lixo, com amor, paciência; porque não é tirar o lixo e colocar vasos e jardins, tem que conscientizar a população, já que a Prefeitura limpa todos os dias.
De que forma as subs podem dialogar mais com os vereadores para melhorar a zeladoria, por exemplo?
R: Quando os vereadores investem em emendas parlamentares já é um investimento em zeladoria, durante a discussão do orçamento mais uma oportunidade de o vereador tratar da questão da zeladoria na sub, destinando mais ou menos recursos. Temos que estar atentos nas franjas da cidade; a realidade é outra do centro. Eu resolvi fazer o piloto do dispositivo de córrego porque sei que tirarmos o lixo da periferia, a ponta receberá uma quantidade menor. Não é do dia para noite, despoluição de rios e córregos é sempre trabalho demorado, até porque durante anos tivemos um crescimento desordenado das nossas periferias então hoje se vê um emaranhado de casa e comércio construído em cima de córregos a exemplo do Onça, na Brasilândia, do Cintra em Pirituba e do Sossego do Tremembé.

A Ponte de Pirituba foi suspensa por decisão judicial que contestou a licença ambiental. Como acompanha essa suspensão e a importância da obra para o bairro?
R: Essa obra é extremamente importante para o bairro, um anseio da população de muitos anos. A gestão Bruno Covas foi a única que teve a coragem de dar andamento, a Prefeitura está juntando todos os documentos para o Ministério Público, para poder derrubar a liminar.
Algum projeto cultural para Pirituba, como Casa de Cultura?
R: No início da campanha recebi um grupo de coletivos culturais que me entregou um plano de ação com 16 tópicos sobre modernização e ampliação de casas de cultura. Não existe nada específico, mas tenho compromisso firmado com os coletivos culturais em relação à cultura. Quando Subprefeita, no Largo da Matriz funcionava a Junta Militar com 4 funcionários para prédio gigante. Convenci o Secretário de Segurança que seria melhor irem para a Subprefeitura para benefício da população contando com mais serviços num único espaço. Consegui um recurso com a vereadora Aline Cardoso, ampliamos a Casa de Cultura Salvador Ligabue ( na Freguesia do Ó) que ganhou seis novas salas e agora está sendo concluída a obra da cozinha-escola, numa área de polo cultural e gastronômico. Vamos analisar com o pessoal de Pirituba, identificar um lugar e começar a desenvolver este tipo de diálogo com a comunidade.
O que os comerciantes locais podem esperar de sua gestão?
R: Gostaria de ressaltar meu apoio demais ao empreendedorismo, incentivarei o fomento ao trabalho no comércio local e qualificação profissional nas mais diversas entidades. Teremos um período de retomada econômica; a Câmara vai ser fundamental para ajudar de alguma forma buscar alternativa, abrir linhas de crédito para microempreendedor. Quanto mais a gente ‘empoderar’ o desenvolvimento local, mais resultados teremos . Quero muito ajudar as nossas periferias, que nossos bairros se fortaleçam, para que as pessoas não tenham que atravessar horas no trânsito, ajudar a nossa cidade se reerguer dessa pandemia, com desenvolvimento local, de fato. Ouço assim: o Largo da Matriz tem restaurantes bem bacanas e Pirituba? Não desmerecendo nenhum restaurante, mas a população de Pirituba quer algo diferenciado, como na avenida do Anastácio, mas para ter mais opções precisamos que Pirituba tenha um desenvolvimento local maior, avançar mais. Quero ajudar Pirituba alcançar esse objetivo e isso é que ouvi no período de campanha, de moradores e comerciantes.

 

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