COTIDIANO

Programa municipal para plantio de 200 mil árvores em SP emperra

Prefeitura admite que não atingirá meta de 80 mil novas árvores até dezembro deste ano

Publicado às 10h15

Agência do Estado

Entre prédios e asfalto, são raros os espaços em que o verde sobressai na paisagem paulistana. Mais do que o aspecto estético, contudo, os benefícios ambientais de uma maior cobertura vegetal levaram a Prefeitura de São Paulo a incluir o tema entre os 53 itens do Plano de Metas da gestão 2017-2020.

 O objetivo é plantar 200 mil árvores em três anos e meio. Na prática, contudo, só 29.456 foram instaladas e o ritmo do plantio se reduziu de 18.934 mudas, entre julho e dezembro de 2017, para 2.550, no primeiro semestre de 2018, uma queda de 86%.


A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma que a redução se deve à suspensão do serviço, cujo contrato foi rescindido pela Prefeitura em julho de 2017. Após pregão, uma nova empresa assumiu o trabalho só em junho deste ano. A validade do atual contrato é de 12 meses e tem custo de R$ 7,4 milhões. 

Segundo a secretaria, de julho a outubro foram plantadas 8.062 mudas. Devem ser 17.462 até o fim do semestre, isto é, volume ainda inferior ao do mesmo período do ano passado (de 18.934). “A meta estabelecida para 2020 permanece em curso”, garantiu, em nota. O número também está abaixo da meta acumulada para o segundo semestre deste ano, que é de 80 mil mudas. E não inclui plantio de árvores procedentes de compensação ambiental.

O objetivo é reduzir as ilhas de calor, melhorar a qualidade do ar, aumentar a permeabilidade do solo e proteger a biodiversidade. A Prefeitura destaca que o novo contrato prevê metas de plantios em áreas pavimentadas (calçadas), ausentes no acerto anterior. Ao todo, segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, apenas 44% do território da cidade tem cobertura vegetal. A distribuição é, entretanto, heterogênea, de modo que o índice fica em 86,5% em Parelheiros, no extremo sul, e em 6,45% no Itaim Paulista, no extremo leste. A meta de plantio inclui todas as regiões, mas é focada especialmente na área das dez subprefeituras com menor cobertura vegetal, o que inclui a Mooca (237 plantios em um ano) e a Vila Prudente (11), na zona leste, a Vila Mariana (774), na zona sul, e a Sé (483), na área central.

As subprefeituras de Jaçanã-Tremembé e Parelheiros não plantaram nenhuma muda no período. O recorde é da Subprefeitura de São Miguel Paulista (4.580), na zona leste, seguida do Butantã (2.295), na zona oeste.

O Plano de Metas inclui, ainda, uma “linha de ação” que prevê o plantio de 175 mil árvores de pequeno porte nos terrenos de linhas de alta tensão, cujo resultado ainda não foi divulgado. Além disso, objetiva o recebimento de 50 mil mudas mediantes doação ou parceria, o que ocorreu apenas no segundo semestre de 2017, com 8.128 árvores. Segundo a Prefeitura, foi assinado um termo de cooperação com a Coca-Cola para plantar 100 mil árvores. “A previsão é que a meta seja alcançada e superada”, ressaltou em nota.

Arborização interfere na qualidade de vida

No primeiro semestre de 2018, a Subprefeitura da Vila Mariana é a que mais plantou – 725 mudas, ante 49 no período anterior. Para atingir a meta 2017-2018, proporcionalmente, deveria ter plantado mais de 2,5 mil. Parte das ações de plantio ocorre com apoio de associações de bairro, como a Horta Comunitária da Saúde e a Muda Vila Leopoldina, nas Ruas Mauros e Uvaias, na Saúde.

“Está muito bom de passear”, diz a dona de casa Maria Fernanda Carvalho, de 58 anos. “Muda a qualidade de vida, tem sombra”, ressalta a aposentada Leonice Tassinari, de 66 anos. Já a auxiliar contábil Eliana Cordeiro, de 36 anos, diz perceber mudança até na qualidade do ar quando sai de casa, na zona leste, para a região central. “Não gosto muito de vir para o centro, prefiro árvores a pessoas. Faz diferença na respiração.”

Professor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Mackenzie, Magno Botelho diz que regiões arborizadas têm microclima “mais agradável” e menor temperatura. As árvores dificultam a incidência de raios solares no asfalto, por exemplo, além de aumentar a permeabilidade, o que diminui o risco de enchentes. “Elas transpiram muita água, tiram do subsolo e jogam na atmosfera pelas folhas. Em período de umidade baixa, o conforto é bem maior”, comenta. “Dependendo da densidade de árvores, também servem para amenizar a poluição sonora.”

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