Publicado às 13h45
Por Cristina Braga
Ao retornar dos Estados Unidos em junho, o prefeito Bruno Covas (PSDB) trouxe na bagagem contrato assinado de financiamento, no valor de US$ 100 milhões, com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o projeto de reestruturação e qualificação das redes assistenciais de saúde da capital – o “Avança Saúde São Paulo”. O investimento total no programa será de US$ 200 milhões (cerca de R$ 800 mi) nos próximos cinco anos, dos quais US$ 100 milhões serão obtidos com o financiamento junto ao BID e o restante como contrapartida da Prefeitura.
A ideia do prefeito é tocar adiante tudo o que está parado, inclusive a construção de novas UBSs e UPAs por toda a cidade, antes de deixar o mandato e tentar a reeleição. Diversas unidades ficaram paralisadas, como a UPA City Jaraguá, na zona noroeste, que deveria ter sido entregue à população em 2016. O supervisor de Saúde Wagner Fracini raciocina que, “a partir deste financiamento, as obras poderão ser retomadas após a Prefeitura realizar a contratação da empresa responsável [licitação]”. “A previsão inicial seria ao longo do segundo semestre.” Uma boa notícia para a comunidade que espera por essa decisão há muito tempo.
Já a UPA anexa ao terreno do Hospital Dr. José Soares Hungria (de Pirituba) está finalizada e só aguarda “reforço da rede elétrica pela concessionária de energia”. Segundo Fracini, “a unidade deverá ser inaugurada em outubro deste ano”. A tão esperada reforma do próprio hospital também terá que aguardar esta inauguração para depois “transformar o Pronto Atendimento e transferir os pacientes”. A partir desse momento, a unidade como um todo estará em obras.
Contudo, os gargalos continuam e as reclamações são constantes na região. Exemplo disso é a falta de médicos na unidade do Jardim Ipanema. “A AMA Ipanema [gerida pela Organização Social SPDM] trabalha com plantonistas, mas a UBS Ipanema [direto da Prefeitura] está muito desfalcada de profissionais em todas as áreas”, atesta Fracini. Mas não se trata de um problema localizado. Como não há perspectiva de concurso público nem de abertura de contratação de emergência na área médica, o cenário não é alentador na cidade. “A partir de agosto, teremos a renegociação do contrato com a OS. Nossos estudos preliminares apontam que a UBS Jardim Ipanema possa ser administrada, também, pela parceira; nesse caso, havendo a concordância com o município, podemos fazer um termo aditivo colocando a unidade sob a responsabilidade da SPDM, alocando recursos dos quais ela necessita”, afirma o supervisor.
Pelo Plano de Metas 2019-2020, a Prefeitura pretende entregar 12 UPAs e duas novas UBSs, além de concluir o Hospital da Brasilândia, na zona norte, que estava previsto para o começo de 2017. Já na zona oeste, na Lapa, a população ainda aguarda a definição da UBS Vila Ipojuca, que “precisa ter sua construção definitiva, uma vez que o prédio é alugado na Rua Catão”, aponta Antônio Zagato, do Conselho Participativo da Lapa. “Temos ainda a questão do Hospital Sorocabana. Se fosse prioridade, a Prefeitura se esforçaria no processo de transferência da posse definitiva”, conclui Zagato.
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