SAÚDE

Algo exemplar no Twitter: projeto oferece apoio a quem pensa em suicídio

Iniciativa brasileira detecta na rede social pessoas depressivas e que apresentem tendências a tirar a vida, para assim fornecer auxílio via CVV

Publicado às 17h

Por Veja Redação

As redes sociais estão sob pressão, e cada vez mais pesada, nos últimos anos. Critica-se como essas plataformas são usadas para espalhar fake news, disseminar ódio, promover a violência… enfim, servir também de vitrine para o pior do que há no ser humano. Além disso, muito se discute de como Facebook, Twitter, WhatsApp, YouTube e companhia têm se tornado monopólios ultrapoderosos e com controle (por vezes em extrema demasia) das informações privadas das pessoas. São tantos problemas apontados que acabamos por nos esquecer, em vários momentos, também das graças, das enormes transformações, proporcionadas pelas novidades do século XXI.

Um novo exemplo de como as redes sociais podem ser utilizadas para fins dos mais louváveis vem de uma iniciativa no Twitter. Capitaneado, de forma voluntária, pela desenvolvedora Bizsys e pela agência Africa, o projeto levou à fabricação de um software que rastreia posts públicos da rede social em busca daqueles que podem expor (repito: publicamente) casos agudos de depressão e, em especial, aqueles que apresentam probabilidade de evoluir para tendências suicidas.

Lançado em janeiro, a iniciativa, que levou o nome (bem marqueteiro, é verdade) de Algoritmo da Vida, já compilou 450 mil tuítes de risco. O trunfo, contudo, não está aí. Mas na parceria estabelecida com o Centro de Valorização da Vida (CVV).

O CVV analisa as postagens e, após uma seleção delicada, seleciona aquelas que exibem um problema real. Tuítes que acendem o alerta são os que seguem com afirmações na linha “Zero autoestima”, “Vivo nas sombras… vivo no escuro… ñ tem + jeito”, “vou sumir, será tarde”.

Estudos e estatísticas recentes são enfáticos em indicar um aumento da tendência ao suicídio, especialmente entre os mais jovens. As pesquisas ainda concordam entre si ao exibir que o excesso de uso de smartphones, videogames, redes sociais e outros aparelhos agrava o cenário.

Alguns exemplos de dados preocupantes. Dentre os adolescentes que ultrapassam as três horas diárias (a maioria deles) em dispositivos eletrônicos, de videogames aos smartphones, há um risco 35% maior de se ter pensamentos suicidas. Nos Estados Unidos (faltam muitos dados confiáveis no Brasil; mas o que já se sabe é que a tendência é replicar o cenário estadunidense), entre 2000 e 2015, por exemplo, o número de suicídios dentre aqueles com entre 10 e 14 anos de idade saltou 65%. Dentre os com de 15 a 19 anos, 45%. Agora, pela primeira vez na história, um jovem chega a ter uma chance 40% maior de tirar a própria vida, em comparação com um adulto.

É não só louvável, mas necessário, pensar em formas de se reverter esses números trágicos. Sendo que certamente a melhor forma de se fazer isso é agindo justamente nos locais acessados, frequentados, pela juventude do século XXI. Nisso, ao menos, o brasileiro Algoritmo da Vida já merece elogios.

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